A passagem de ônibus estava congelada desde 2019. Em maio de 2020 a prefeitura de Curitiba implantou o regime emergencial de custeio que cortou o lucro das empresas no período da pandemia, mas manteve o pagamento do valor necessário para manter o sistema operando sem redução de frota, considerando a diminuição do número de passageiros.

No final de 2020, o regime foi aprovado por mais seis meses. Conforme a superlotação dos ônibus era reduzida, a prefeitura pagava a diferença entre o valor arrecadado com a tarifa e o custo real do transporte para as empresas. Até junho do ano passado, foram desembolsados entre 15 a 20 milhões de reais por mês para manter o sistema operando.

Quando o regime acabou, a situação ficou mais complexa. A tarifa técnica, que representa o valor total por passageiro pago às empresas, superava oito reais. Entre os meses de julho e agosto de 2021, quando o sistema funcionou sem o regime emergencial, a prefeitura teve que prorrogar por mais seis meses o custeio da diferença sob o valor arredondado.

A Prefeitura de Curitiba salienta que, em Dezembro, o prefeito Rafael Greca esteve em Brasília participando da articulação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) em defesa das pautas urgentes dos municípios. Um dos principais focos dos administradores municipais foi o suporte do governo Federal quanto ao financiamento do transporte público, que enfrenta uma crise séria em todo o país.

“Em Curitiba, graças ao regime emergencial, não tivemos greves nem paralisações do serviço, mesmo com as dificuldades”, disse Greca. “Mas estamos com a tarifa técnica a R$ 7,15 sendo que a população paga a tarifa social a R$ 4,50. O governo federal precisa olhar para o setor”, ressaltou o prefeito. A tarifa técnica inclui a integração de 13 municípios além de Curitiba.

A partir do dia 1º de março, o regime volta a normalidade com as empresas sendo remuneradas pelo quilômetro rodado por passageiro. A prefeitura alega que não pretende pedir mais uma prorrogação. A URBS não adiantou valores, mas espera uma negociação entre o sindicato dos funcionários e as empresas para saber qual será o reajuste.

Para reduzir o aumento, a prefeitura trabalha com dois cenários. O primeiro seria a renovação do acordo com o governo do Paraná para amenizar o impacto. Em 2021, o Estado, através da Coordenação da RMC (Comec), repassou R$ 40 milhões à Urbs no convênio que encerrou em janeiro. O segundo seria o auxílio emergencial do governo Federal.

Se conseguir essas duas medidas, através dos subsídios municipais, estaduais e federais o reajuste não será tão alto. Porém, caso a prefeitura não obtenha sucesso nas negociações, espera-se que a tarifa aumente em pelo menos mais R$ 1,00 para o bolso dos passageiros nos próximos dias.

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