No início do mês de agosto, uma situação ocorrida em Foz do Iguaçu, no extremo Oeste do Estado, viralizou. Uma câmera de segurança flagrou um rapaz dando uma muleta de presente a um morador de rua com deficiência motora. Mais do que a beleza da solidariedade, o fato lembrou a todos nós a existência de uma grande demanda por este tipo de equipamento. Números estimados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que cerca de 6,7% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência física e que até 25% dos brasileiros tenham qualquer tipo de deficiência, que eventualmente possa acarretar em dificuldades motoras e de locomoção. 

Dentro deste contexto, um cidadão de Colombo busca fazer seu papel em prol deste recorte da população. O morador do Jardim Paloma, Elizandro Marcílio Moura de Freitas, de 33 anos, realiza um trabalho de arrecadação, restauro e doação de equipamentos como cadeiras de rodas, muletas, camas hospitalares, entre outros. “É um projeto voluntário com o objetivo de oferecer mais mobilidade para as pessoas que fazem uso de equipamentos ortopédicos. Faz uns três anos que comecei este trabalho, mas com a pandemia a procura aumentou muito”, enfatizou Elizandro.

O voluntário pôde ver dentro da própria casa a importância destes materiais para as pessoas com deficiência. “Eu tenho cadeirante na família, e eu convivi, desde que me conheço por gente, vendo as necessidades das pessoas, as dificuldades. O que me marcou muito foi minha irmã, pois em um tempo mais difícil ela não tinha cadeira, se arrastava no chão. De fato, era difícil. Isso quando ainda morava em Curitiba. Depois vindo para cá, acabei me envolvendo nesses assuntos de comunidade. E depois de um tempo fui trabalhar no Hospital Angelina Caron, e ali eu pude ver ainda mais pessoas precisando”, conta.

A irmã de Elizandro teve paralisia infantil com um ano de idade. Anos depois, o pai de Elizandro também acabou virando cadeirante, em razão de um derrame. “Eu tinha doze, treze anos, e larguei o carrinho para assumir responsabilidades de homem. E isso acabou me despertando a vontade de ajudar mais as pessoas”, lembra.

A busca por equipamentos é ativa, e com o avanço dos trabalhos, mais gente se juntou ao objetivo de contribuir. “Comecei sozinho, mas hoje alguns amigos me ajudam na divulgação, na arrecadação. Tenho alguns amigos voluntários que ajudam na própria restauração, costura, montagem e pintura dos equipamentos. Também faço aquisição [de equipamentos] com recursos do próprio bolso. Muitas vezes eu compro através de depósitos que compram sucata. Eu encontro cadeiras por 20, 30, 50 reais, às vezes troco por uma cesta básica, e assim vai”, detalha. 

Elizandro estima que mais de 100 famílias já tenham sido beneficiadas pelo projeto. “Atualmente eu tenho catalogado em torno de 120 equipamentos. Mas certamente foram mais, pois no início eu não fazia esse registro”, destaca.

Como contribuir

Para contribuir com o projeto, é possível entrar em contato com Elizandro através do WhatsApp 41 99843-2310, ou pelo seu perfil pessoal no Facebook (Elizandro Freitas).

Uma das principais necessidades do trabalho desenvolvido por Elizandro é a mão de obra para determinadas manutenções dos equipamentos, como a solda de alumínio. “Tenho tido dificuldade de encontrar quem possa fazer este tipo de solda. Já fiz algumas procuras em Colombo e em Curitiba. Então, quem puder ajudar de alguma forma, com uma indicação ou com a mão de obra, já será de grande ajuda”, afirma. 

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