Criada pela lei ordinária nº 1167, de 24/03/2010, sancionada pelo então Prefeito José Antônio Camargo, a Guarda Municipal de Colombo nasceu cheia de boas expectativas, afinal, a população colombense enfim teria uma força de segurança pra chamar de sua. As esperanças de se ter uma instituição forte, assim como as GMs das cidades adjacentes como São José dos Pinhais, Pinhais, Araucária e, até mesmo, da capital Curitiba, eram realmente animadoras, pois finalmente a população poderia contar com sua guarda local que iria unir forças com a Polícia Civil e Polícia Militar no combate ao caos que há tempos assola Colombo… só que não.

Na realidade, a GM colombense nunca foi levada a sério. É como se fosse um adorno, um penduricalho, um balangandã. Parece desnecessário ter uma Guarda Municipal forte, estruturada e equipada, é como se vivêssemos na Dinamarca e não em uma das 100 cidades mais violentas do Brasil, segundo ranking formulado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A GM de Colombo não possui armamento, seus servidores são verdadeiros heróis de mãos atadas, que realizam o patrulhamento com medo de levar um tiro, o que não seria difícil em uma cidade como Colombo. Parece até que a prefeita considera a nossa GM incapaz demais pra portar arma de fogo. Se eu te contar que nem “teaser” (arma de choque) os nobres guerreiros estão autorizados a usar, você, leitor, acreditaria? Pois é, acredite!

O efetivo é reduzido para uma cidade com quase 250 mil habitantes, com poucas viaturas, com instrumento de trabalho restrito à colete balístico e cassetete. Quem convive de perto sabe das humilhações diárias que os guardas passam nas ruas da cidade.
De todo desdém que se tem contra a Guarda Municipal, depreende-se que a atual gestão tenha asco, ojeriza, repulsão e aversão à instituição. Eu como policial, conhecedor das entranhas e mazelas que devastam Colombo, não consigo entender como uma Chefe do Executivo possa tratar a GM colombense de forma tão desdenhosa, deixando-a em frangalhos.

Não posso deixar de ressaltar também o estado lastimável que encontra-se as câmeras de monitoramento da Prefeitura, verdadeiras sucatas que funcionam (quando funcionam) de forma errônea, sem realizar o giro de 360º, localizadas em pontos obscuros, sem contar a péssima qualidade dos equipamentos. Posso afirmar que nunca consegui imagens dessas câmeras que pudessem colaborar em uma investigação, pois, ou estão com defeito, ou estão apontadas para lugares aleatórios, diferentemente de Pinhais que tem câmeras monitorando toda cidade, 24h por dia, alocadas de forma estratégica.

Não considerar a Segurança Pública como prioridade é um erro crasso da atual gestão, pois tamanho descaso afugenta potenciais investidores, afastam empreendedores, provoca instabiliade à ordem pública e aumenta o descrédito dos cidadão colombenses.

Luis Felipe Pinto Jogaib “Carioca” é Investigador da DP do Alto Maracanã. 

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