Segundo uma reportagem da Agência Estadual de Notícias (AEN), o Paraná tem a maior tradição na produção de fitoterápicos no Brasil. De acordo com o texto, o Estado possui uma área de 6 mil hectares ocupada com espécies potenciais, medicinais, condimentares e aromáticas, que rendem uma produção anual média de 18,6 mil toneladas e uma receita de R$ 88,5 milhões. “Tudo iniciou na década de 1970, quando o Estado começou a ter muitas áreas dedicadas à plantação de menta, que era usada na fabricação do óleo essencial e destinado à exportação”, detalhou Laís Gomes Adamuchio de Oliveira, coordenadora estadual de plantas potenciais, medicinais, aromáticas e condimentares do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater.

Apesar de a menta ter sido praticamente dizimada no território paranaense por uma doença e de não ser mais o forte da produção no Estado, a tradição do cultivo de plantas com propriedades terapêuticas e medicinais permaneceu.

Segundo a coordenadora, o plantio de plantas potenciais – plantas medicinais, aromáticas e condimentares – é uma excelente opção para a agricultura familiar por terem alta rentabilidade por área, chegando a ser até dez vezes mais lucrativas do que os grãos. Além disso, o cultivo demanda muita mão de obra, o que acaba gerando mais empregos.

Laís afirma que a busca das pessoas por produtos naturais tem alavancado o setor, principalmente aqueles para tratar a ansiedade, como lavanda, maracujá folha, capim-limão e erva-cidreira. “O mercado de cosméticos e corantes naturais também é promissor e tem aumentado a demanda por plantas com princípios ativos de interesse”, afirma.

Segundo os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, são 154 municípios paranaenses envolvidos na produção das espécies potenciais, medicinais, aromáticas e condimentares, atendidos com assistência técnica do IDR-Paraná.

O grande destaque é a camomila, com 1.853 hectares distribuídos em 14 municípios. O Paraná se sobressai também como exportador de ginseng brasileiro e óleo essencial de menta japonesa.

Laís explica que a secretaria está finalizando um grande mapeamento que vai listar onde cada espécie de planta é cultivada no Estado. “Este levantamento facilitará, sobretudo, a comercialização destas plantas para grandes empresas”.

Entretanto, para que as plantas tenham apelo junto a empresas farmacêuticas, a capacitação dos agricultores é fundamental. “É preciso cuidar desde o plantio, passando pela colheita, até o beneficiamento para que não percam os princípios ativos que são de interesse das empresas compradoras. Os mercados de fitoterápicos e de óleos essenciais exigem mais cuidado e, por isso, a importância da assistência técnica”, afirma.

Colombo

Um dos municípios destacados pela reportagem da AEN foi Colombo, que tem instalada em seu território a Herbarium, que é líder no mercado de fitoterápicos no País. A empresa tem 35 anos e 450 colaboradores produzindo, em média, 650 mil unidades de medicamentos por mês.

Na área da empresa há um jardim educativo de plantas medicinais e uma horta orgânica para consumo dos funcionários. Tudo isso para harmonização com o DNA da empresa: produtos naturais e de alta qualidade.

A Herbarium é o único laboratório farmacêutico focado 100% em fitoterapia no Brasil. De acordo com Renato da Fonseca Prudente, vice-presidente de Operações e Gestão, apenas 3% dos medicamentos receitados no Brasil são fitoterápicos. “Países como a Alemanha, berço da fitoterapia mundial, este índice ultrapassa os 30%. Então ainda temos muito o que explorar”, afirma.

De acordo com Prudente, o propósito da empresa é levar produtos fitoterápicos como uma solução para o mercado. “Acreditamos que o fitoterápico tem várias vantagens em relação aos sintéticos. É um produto mais orgânico, que agride menos a fisiologia. Então, para tratamentos continuados ou preventivos, os fitoterápicos são as soluções mais indicadas”, afirma.

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