Dois cãezinhos foram mortos de forma violenta diante dos olhos dos tutores, que ficaram impotentes diante da cena.
No último dia 09, por volta das 19h, Eliziane de Souza ouviu barulhos de briga de cães vindos da frente de sua casa. Ao espiar pela janela, se deparou com uma cena desesperadora: dois cães da raça Pitbull haviam arrombado o portão e atacavam sua cadela Dolly com extrema violência. A mandíbula da cachorra foi quebrada, e o ataque prosseguiu com brutalidade, deixando a família em estado de choque.

O filho de Eliziane tentou intervir com uma vassoura, mas os pitbulls não soltavam Dolly. A filha conseguiu salvar dois filhotes, levando-os para dentro de casa, mas o outro cão da família, Duque, ao tentar proteger a mãe, também foi atacado violentamente.
“O Duque tentou fugir, mas foi alcançado antes de entrar. Foi chacoalhado por muito tempo. O pescoço dele ficou cheio de buracos, e ele tinha um olhar perdido e apavorado”, contou Eliziane. A garagem da casa ficou tomada de sangue, assim como paredes e chão. “Parecia um cenário de filme de terror”, relatou.
PITBULL: NÚMERO DE ATAQUES NO BRASIL
Infelizmente, a dor da família de Colombo não é um caso isolado. Segundo levantamento do portal CNN Brasil, apenas em 2024 foram registrados 13 ataques envolvendo cães da raça Pitbull no país. Criada no século 19 para rinhas nos Estados Unidos, a raça possui força física, agilidade e instinto de combate — o que exige cuidados redobrados na criação e manejo.
A tutora dos cães atacados responsabiliza diretamente os donos dos pitbulls pela tragédia. “Eles foram buscar os cães com cordas, sem focinheira, como se nada tivesse acontecido. Não têm estrutura nem preparo para cuidar desses animais. Foi a pior coisa que já vivemos”, desabafou.
Apesar de os tutores dos pitbulls terem arcado com os custos veterinários, Eliziane afirma que nenhum valor pode reparar o trauma vivido: “Ficou uma mancha pior que a de sangue. Essa lembrança nunca mais vai sair das nossas vidas.”
CUIDADO, TREINAMENTO E RESPONSABILIDADE SÃO FUNDAMENTAIS

De acordo com o médico veterinário Eduardo Ribeiro Filetti, o comportamento de cães como o Pitbull é resultado da interação entre genética e ambiente. “O pitbull tem genética de combate, mas o ambiente e o tratamento dado a ele influenciam muito. Quando criados de forma inadequada, podem se tornar agressivos”, explicou.
O especialista também ressalta que o adestramento pode ser necessário em alguns casos, mas jamais com violência. “O tutor precisa ter controle físico e emocional sobre o animal. O uso de focinheira, coleiras resistentes e passeios regulares são fundamentais”, completou.
Filetti lembra que o Pitbull pode ser um cão dócil e afetuoso, desde que criado com responsabilidade, afeto e socialização adequada. Entretanto, quando negligenciados, os riscos podem ser altos, principalmente em ambientes urbanos.